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Ministério de Minas e Energia promove seminário sobre transição energética com ênfase em baterias elétricas

Alexandre Silveira - Ricardo Botelho/MME

Na mesma semana em que discute temas prioritários sobre transição energética junto ao G20, que se reúne no Brasil com os chanceleres do grupo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, abriu nesta quarta-feira, dia 21, o seminário "Mineração e transformação mineral dos minerais estratégicos para a transição energética", promovido pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME).




Durante a abertura do evento, o ministro apresentou as ações do MME para o setor mineral e anunciou o lançamento do "Programa Mineração para Energia Limpa", que terá como objetivo desenvolver a indústria de transformação mineral, fortalecer o conhecimento geológico e a pesquisa mineral. "Esse programa terá diretrizes claras: medidas ambientalmente responsáveis e socialmente conscientes serão cruciais", disse Silveira.

Para o titular do MME, transição energética e mineração andam juntas. "Não existe transição energética sem mineração. E essa mineração precisa avançar ainda mais no processo de mudança. Trabalhamos com os pés firmes no solo do presente para que a mineração seja cada vez mais segura, sustentável e socialmente responsável. No cenário global de descarbonização e da transição energética, temos uma grande oportunidade para atrair investimentos no setor mineral brasileiro e destacar o nosso papel de liderança global para um mundo mais verde", enfatizou o ministro.



O seminário é o primeiro do gênero no país a ter o foco voltado para a fabricação de baterias elétricas de íons-lítio e no desenvolvimento de uma indústria nacional de transformação mineral na cadeia de valor das baterias, que hoje são apenas montadas no país, mas ainda não fabricadas.

Na segunda etapa do seminário, à tarde, Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, lembrou que os planos da política de reindustrialização do Governo Federal, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, contemplam a fabricação de baterias no Brasil com o Programa Automotivo Mover, lançado no dia 30 de dezembro do ano passado.

O Programa Mover promoverá investimentos na ordem de R$ 19,3 bilhões em sua primeira fase, mas poderá chegar a R$ 100 milhões, anunciou Moreira Lima, que enfatizou a urgência do país integrar essa cadeia de produção. "Hoje só temos a montagem de baterias. Precisamos adensar a cadeia".



A WEG, presente no seminário representando a indústria privada, é uma das empresas montadoras de baterias no país, mas, a exemplo da concorrência, também importa a célula e faz o encapsulamento. Para a multinacional sediada em Santa Catarina, só falta a fabricação para fechar toda a cadeia no Brasil, uma vez que em alguns setores como a produção de ônibus e caminhões, já há o domínio completo da montagem.

O Serviço Nacional da Indústria apresentou, também à tarde, seu projeto de produção de baterias que inclui as células de íons-lítio para construção de equipamentos voltados a veículos menores como os automóveis. A entidade espera ainda este ano colocar em funcionamento uma planta industrial modelo, conforme anunciou Marcos Berton, pesquisador chefe do Instituto de Inovação em Eletroquímica do Senai de Curitiba.