Soluções de armazenamento impulsionam a transição energética

Um case de sucesso, o Red Sea Project, na Arábia Saudita, atende cerca de 1 milhão de pessoas e é considerado a maior microgrid solar com sistema de baterias do mundo - Foto: Divulgação -
Brasil deve atrair R$ 22,5 bilhões em investimentos em baterias até 2030; Huawei se posiciona com tecnologia robusta e experiência internacional
Por Huawei
Com a matriz energética global em transformação, a geração de energia renovável deve ultrapassar 17 mil TWh (terawatt-hora) até 2030, o que corresponde a um aumento de quase 90% em relação a 2023, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA). Paralelamente, cresce a demanda por sistemas de armazenamento de energia - com destaque para as baterias (BESS, na sigla em inglês) -, considerados estratégicos para viabilizar a transição energética.
No Brasil, o setor acompanha a movimentação do Governo Federal para realizar o primeiro leilão de reserva de capacidade com possível inclusão de baterias. Projeções do Estudo Estratégico de Armazenamento de Energia, da consultoria Greener, apontam que o mercado nacional deve atrair R$ 22,5 bilhões em investimentos até 2030.
Atenta a esse potencial, a Huawei Digital Power, unidade de negócios da gigante chinesa dedicada à geração e ao armazenamento de energia fotovoltaica, vem ampliando sua atuação no país. A companhia aposta em equipamentos com alta densidade energética, maior vida útil e sistemas de controle inteligentes que contribuem para a estabilidade da rede elétrica.
"O sistema de armazenamento traz uma série de possibilidades de negócios muito importante do lado do consumidor, de geração, de transmissão e de distribuição. Por isso, apostamos na tecnologia há vários anos e hoje temos 34 GWh (gigawatt-hora) já comercializados ao redor do mundo", aponta o diretor técnico da Huawei Digital Power, Roberto Valer.
O executivo ainda afirma que a queda do preço das baterias vem impulsionando a viabilidade econômica para o uso em larga escala. Um levantamento feito pela BloombergNEF (BNEF) mostrou que o custo caiu 40% em 2024, ampliando as oportunidades de negócio.
Potencial brasileiro
O país vivencia uma importante expansão das fontes renováveis, principalmente solar e eólica. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que neste ano chegamos à marca de 51,5 GW (gigawatts) de potência instalada em energia solar fotovoltaica e a previsão é de um acréscimo de mais 13,2 GW até o fim de 2025.Porém, Valer destaca que ainda é preciso mais flexibilidade para obter estabilidade e previsibilidade no fornecimento de energia. É aí que entram os sistemas BESS para garantir que a energia seja utilizada de forma contínua, previsível e segura.
Isso porque as baterias têm capacidade de estocar o excesso gerado ao longo do dia, liberando-o em momentos em que há maior demanda. O diretor técnico ainda aponta que o sistema de armazenamento também atua como backup em situações críticas, aumentando a resiliência em casos de falha ou emergência.
A Huawei também promove o uso da tecnologia Grid Forming para dar mais estabilidade à rede e evitar o risco de apagões como recentemente aconteceu na Espanha e em Portugal.
A regulação do setor é, segundo Valer, um passo essencial para garantir seu avanço sustentável. Para ele, essa jornada depende de regras específicas para contratação, operação e remuneração, além de incentivos à inovação.
O processo está caminhando. A partir da consulta pública (39/2023), proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e encerrada em janeiro pelo Ministério de Minas e Energia, espera-se que em maio deste ano haja a publicação das normas dos sistemas de armazenamento, incluindo as baterias.
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"Estamos adaptando nossa experiência global ao mercado brasileiro, oferecendo soluções completas em campo, pós-venda, acompanhamento de instalação e com equipes de suporte qualificadas internacionalmente"
Experiência global
Com atuação consolidada na Ásia, Europa e Oriente Médio, a Huawei traz ao Brasil sua expertise em projetos de grande escala. A China, seu principal mercado, é um dos maiores exemplos: lá, a empresa lidera iniciativas robustas de armazenamento de energia. "No último ano, a China instalou mais capacidade de armazenamento do que todos os outros países juntos", destaca Valer.Embora seja uma companhia chinesa, a China se destaca como um de seus principais mercados, onde lidera iniciativas robustas de armazenamento de energia.
O país asiático se tornou referência na aplicação diversificada dessas tecnologias, com soluções implementadas em data centers, indústrias, serviços e usinas híbridas. A integração entre 5G, inteligência artificial e sistemas de baterias resultou em complexos de distribuição de energia altamente eficientes - com mecanismos de detecção de falhas e controle operacional preciso.
É nesse contexto que a inteligência artificial é aplicada na operação, manutenção e segurança dos sistemas. "A IA ajuda a detectar antecipadamente um comportamento anômalo em qualquer uma das milhares de células para que sejam tomadas medidas rapidamente", exemplifica Valer.
Ele também reforça que a arquitetura é modular, permitindo escalabilidade para projetos de diferentes portes: "A vantagem é que não é preciso investir pensando nos próximos anos".
Um case de sucesso da companhia é o Red Sea Project, localizado na Arábia Saudita. O projeto atende cerca de 1 milhão de pessoas e é considerado a maior microgrid solar com sistema de baterias do mundo, demonstrando que é possível operar uma cidade inteira com energia limpa armazenada.
No Brasil, a Huawei já opera em parceria com empresas que oferecem infraestrutura adequada para implementar suas soluções. "Estamos adaptando nossa experiência global ao mercado brasileiro, oferecendo soluções completas em campo, pós-venda, acompanhamento de instalação e com equipes de suporte qualificadas internacionalmente", reforça o diretor. A proposta é trazer soluções tecnicamente prontas para serem integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Em abril, no evento Summit Valor Econômico Brazil-China 2025, realizado em Shanghai, com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o especialista-chefe de energia da Huawei Digital Power, Victor Zhang, que participou de um painel sobre transição energética, reforçou o comprometimento da empresa com a inovação no setor e as possibilidades de transferência de tecnologia no intercâmbio entre os dois países.
Segurança
A companhia afirma que trabalha continuamente para garantir a proteção necessária atrelada ao desenvolvimento sustentável da indústria de armazenamento de energia. No final do ano passado, a Huawei conquistou de forma pioneira a certificação de segurança de nível Prime, a mais alta para sistemas de armazenamento de energia (ESS), concedida pela TÜV Rheinland, instituição alemã líder global em padronização e testes. Com o respaldo técnico de certificações internacionais e a experiência acumulada em diferentes mercados, a empresa mantém sua aposta no potencial brasileiro, com o objetivo de consolidar soluções de armazenamento como um componente essencial de um sistema elétrico mais limpo, seguro e eficiente.Valor
https://valor.globo.com/conteudo-de-marca/huawei/noticia/2025/05/09/solucoes-de-armazenamento-impulsionam-a-transicao-energetica.ghtml


